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Arquitetos: moc architects
- Área: 247 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Sangin Nam
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Fabricantes: ICOT RYOWA
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício Jóia é uma diminuta estrutra de uso misto construída em um minúsculo lote urbano da cidade sul-coreana de Busan. Pensado como um edifício de aluguel, o principal objetivo dos clientes era ocupar a área máxima do terreno e assim explorar todo o seu potencial construtivo. Por outro lado, por se tratar de uma zona de uso residencial, apenas 60% da área do terreno (24 metros quadrados) poderia ser aproveitada, além de que, o obrigatório afastamento em relação aos edifício vizinhos seria muito bem-vindo, garantindo uma melhor iluminação e ventilação do espaços interiores.
Apesar disso, o edifício transparece uma positividade irrefutável, como um símbolo de confiança e otimismo. Formalmente, ele é resultado das limitações impostas pelo código de obras local, e muito disso se deve à altura máxima permitida: até 9 metros acima do nível do solo. Procurando evitar sombrear os lotes vizinhos, o volume do quarto pavimento foi reduzido pela metade, acentuando ainda mais a verticalidade do edifício além de proporcionar a incorporação de um terraço aberto na cobertura. A maioria dos edifícios vizinhos conta com soluções similares, resultado direto das restrições impostas pelos códigos de obra locais. Entretanto, o Edifício Jóia faz desta limitação uma potência, destacando-se de seu entorno imediato.
Recorrentemente, os arquitetos optam por um acabamento com pintura quando constroem pequenos edifícios comerciais nesta região da cidade. Isso se deve ao fato de que a pintura é um isolamento simples, barato e eficiente. Entretanto, muitas destas estruturas costumam ter problemas no futuro com o desgaste natural e a falta de manutenção. Depois de analisar várias soluções de acabamento, optamos por utilizar um revestimento de azulejo na fachada ao invés de pintura, muito por sua durabilidade, fácil manutenção e custos relativamente baixos devido a pequena área de superfície.
Além disso, contrastando com as generosas aberturas dos demais edifícios comerciais do entorno, optamos por aberturas menores, recortando as janelas para tirar o máximo proveito das condições de iluminação natural sem no entanto abrir mão da privacidade dos espaços interiores em relação aos vizinhos. A dimensão das janelas foi planejada para casar com a modulação dos azulejos, criando uma combinação perfeita entre estes dois elementos de fachada.
O maior desafio no entanto, foi encaixar a escada em uma planta de aproximadamente 23 metros quadrados. Desta forma, o formato da escada varia de pavimento para pavimento, adequando-se às características específicas de cada ambiente. Conjuntamente, prevendo que raramente duas pessoas estejam utilizando a escada simultaneamente, a altura de piso à piso foi fixada em 3 metros, eliminando a obrigatoriedade de incluir um patamar intermediário. Por fim, procurando reduzir o volume das escadas, os degraus foram executados em chapas metálicas de 12 milímetros de espessura. Quando assume a forma de caracol, ela pode até parecer um pouco desconfortável, mas o espaço livre que ela proporciona em planta recompensa o esforço.
A área comercial fechada do térreo, a pesar de contar com pouco mais de 16 metros quadrados, parece imensamente maior. Para isso projetamos duas grandes aberturas, uma na fachada frontal e outra na parede posterior oposta, permitindo que a vista à partir da rua alcance o limite dos fundos do terreno, proporcionando uma maior sensação de profundidade. Além disso, no primeiro pavimento, onde fomos obrigados a manter um certo afastamento em relação ao muro do edifício vizinho, criamos uma outra generosa abertura, garantindo uma ampla iluminação natural dos espaços comerciais interiores. Através destas soluções, pudemos ainda integrar as áreas fechas e abertas, praticamente dobrando a área útil de cada pavimento.
De forma complementar aos espaços comerciais, projetamos um apartamento-estúdio de dois pavimentos entre o terceiro e o quarto nível, o qual consiste em uma sala de estar e cozinha na primeira planta e um quarto no último pavimento. Junto ao espaço social da casa, criamos uma abertura de esquina, proporcionando impressionantes vistas para o centro da cidade, permitindo ainda manter uma certa distancia em relação aos vizinhos e assim melhor controlar a privacidade dos moradores. Durante o dia, esta abertura é responsável por iluminar todos os espaços da casa, muito por estar voltada para sudoeste, permitindo ainda que os moradores apreciem o pôr do sol no final da tarde. Como um efeito das restrições de sombreamento do volume construído, o quarto pavimento foi recordado pela metade e conta com uma área total de apenas 9,9 metros quadrados, o qual acolhe confortavelmente o espaço do quarto, além de desfrutar de um acesso direto ao terraço, o logar perfeito para um bom café da manhã.